A incrível alta das criptomoedas no início de 2021 causou impactos em minha gestão de portfólio, especificamente nas políticas de alocação e movimentação.
Neste post, explico o que foi feito para tentar aproveitar a alta da melhor forma possível.
Políticas de alocação e movimentação
Eu havia estabelecido em 2018 uma política de alocação e movimentação para as criptomoedas compreendendo um período de dez anos, comprando 2% por ano, conforme a tabela, até chegar a 25% em 2029.
Esta inesperada alta, iniciada em dezembro/2020, que furou a resistência da última alta em dezembro/2017, fez a alocação das criptomoedas passar os limites de alocação estabelecidos em 2018.
Com esta alta, o critério de saída de 25% foi alcançado agora, ao invés de 2029, e vendi 1% segundo a política de movimentação.
Cada vez que eu fazia o ajuste necessário, em questão de dias (às vezes até horas), a alocação estava novamente acima do limite de segurança estabelecido de 25%.
Surgiu então a dúvida. Deveria ajustar de novo, movimentando mais 1%, no mesmo mês, e violando a política de movimentação?
Como resolvi o conflito entre as políticas de alocação e movimentação
Neste caso em particular, como as duas políticas entraram em conflito, eu tive de escolher alguns critérios adicionais para a tomada de decisão, baseada na essência de cada uma delas.
A política de alocação estabelece limites de segurança para a participação do ativo na carteira, ou seja, quanto ele representa em percentual no total da carteira.
Este percentual pode ser maior ou menor, dependendo do risco de perda do ativo, também determinada pela volatilidade.
A política de movimentação estabelece limites de segurança para a volatilidade do ativo (o quanto ele sobe ou desce).
No caso das criptomoedas, esta volatilidade é altíssima.
O objetivo da movimentação é sempre levar um valor de um ativo para outro.
Em caso de venda, para dinheiro.
No presente caso, o objetivo de cada movimentação era tirar de um ativo com muita volatilidade (criptomoedas) para moeda forte (dólar, euro, franco suíço, etc.).
Moedas fortes também possuem sua volatilidade cambial, porém bem menor que as criptomoedas.
Pelo motivo exposto na frase acima, eu decidi ajustar a alocação violando a política de movimentação, pois a subida foi muito forte e não sabia se poderia haver uma queda.
Violar a política de movimentação poderia fazer aproveitar melhor a alta.
E estava trocando volatilidade alta por uma menor.
Operações de movimentação
Exige mais atenção movimentar de 1% por vez, mas em caso de problemas na operação, você fica mais tranquilo, pois o problema está afetando somente 1% de sua carteira.
Nas diversas movimentações, tive dois problemas com relação a esclarecimentos pedidos pelos bancos de destino, travando a movimentação.
Então, executei diversas operações de venda, cada uma movimentando 1% por vez.
Como os valores ficaram muito altos, tive também que limitar esta movimentação, pois outro limite foi alcançado.
Limite de isenção do Imposto de Renda
Existe um limite legal de isenção do Imposto de Renda para venda de criptomoedas, hoje em R$ 35 mil.
Para vendas maiores que este valor, tem de calcular o lucro e recolher um DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal).
Chegando perto deste limite legal, decidi deixar para ajustar no mês seguinte.
Situação atual
No dia em que escrevo este post, 20/02/2021, além das diversas movimentações mensais terem violado a política de movimentação, a alocação das criptomoedas está também acima do limite de segurança estabelecido em quase 5% (30% da carteira em criptomoedas).
Estou tendo também novas ideias para quando o movimento de baixa chegar.
Este, não sabemos quando virá, mas temos de ter um plano para o momento em que ocorrer.
Como são poucos dias até o mês seguinte, vamos ver como nos saímos nestes próximos dias.
Será bom também dar uma parada para respirar e olhar a situação com calma.
Este post faz parte de uma série de artigos sobre Criptomoedas.