Neste post, pretendo escrever sobre como investir em startups. Por que investir, quais as formas de investir, o que esperar, sua tese de investimentos e os cuidados necessários.
Se você chegou diretamente a este post e não conhece muito de inovação e startups, eu sugiro que leia o post Inovação, startups e novas tecnologias.
Porque investir em startups?
O potencial de crescimento de uma startup, principalmente em estágios iniciais, é muito grande.
Quanto mais inicial o investimento, maiores os riscos e retornos.
Entendam bem que o risco é de perda total do investimento.
As perdas podem não ser pequenas, dependendo do investimento e, mesmo investidores de porte podem sofrê-los.
Basta ver as notícias das perdas que o Softbank teve com o Uber e o WeWork.
Maneiras de investir em startups
As maneiras de investir em startups dependem de tempo e dinheiro disponíveis.
Dependendo da quantia disponível, pode-se investir como investidor anjo ou, tendo mais dinheiro ainda, a partir de Venture Capital e Private Equity.
Estas alternativas exigem um valor mínimo alto e, ainda assim, deve-se diversificar as startups.
Investindo via Equity Crowdfunding
Para quem tem pouco dinheiro, mas ainda assim quer ter um investimento, existe a alternativa de Equity Crowdfunding, cujo investimento inicial pode ser algo em torno de R$ 1 mil.
Apesar de o valor não ser tão alto, lembre-se, pode haver perda total.
Este investimento deve ser diversificado em um número grande de startups.
Se forem dez, seriam necessários R$ 10 mil. E estes R$ 10 mil podem ser perda total, então devem corresponder a um percentual muito pequeno em relação ao seu patrimônio.
O que acontece é que quando uma das dez startups é bem sucedida, pode superar as perdas das outras nove.
Tese de investimento
Tese de investimento é uma descrição dos critérios adotados pelo investidor para escolher as empresas a serem investidas.
No meu caso, devido minha experiência, no começo eu escolhi empresas baseadas apenas na ideia.
Com o tempo, eu percebi que algumas empresas eu poderia entender e até mesmo ajudar melhor, por conhecer o negócio.
A empresa CapTable, de captação via Equity Crowdfunding, nos permite montarmos nossa tese, de forma que ela mesma consiga direcionar melhor as captações, conforme o perfil do investidor por ela atendido.
Nesta tese que temos de preencher, constam:
- tipo de cliente que a startup atende: empresas (B2B), pessoas físicas (B2C), etc.
- estágio da startup: idéia, mínimo produto viável (MVP), startup com faturamento, startup consolidada já escalando o negócio.
- qualidade do time;
- abrangência geográfica;
- modelo de negócio: assinatura, e-commerce, marketplace, etc.
- vertical (setor): Fintech, Agrotech, Healthtech, Edutech, etc.
Meus critérios para investir em startups
Atualmente (porque a tese pode mudar ao longo do tempo), eu costumo observar com maior atenção o estágio da startup (não gosto dos estágios muito iniciais) e vertical (percebo que consigo ajudar melhor as Fintechs e pouco as Agrotechs).
Dito isto, confesso que invisto mesmo sem conhecer muito em Agrotech, devido ao enorme potencial desta área no Brasil e também por uma questão de aprendizado.
Se eu tiver conexão com o founder, o time ou outros investidores pelo LinkedIn, é uma referência adicional também.
Considerações finais
Um disclaimer adicional ao normal deste blog:
- não sou empreendedor ou founder de startup, porque não quero trabalhar no ritmo de uma;
- nem tenho recursos para ser investidor anjo, sou apenas um investidor de porte pequeno para médio com um longo tempo na estrada;
- você pode perder seu investimento na totalidade.
Em minha opinião, os investimentos em startups devem ser preferencialmente feitos somente depois que o investidor já tiver bastante experiência nos mercados tradicionais e com um controle muito forte de risco, investindo uma parte pequena da carteira que possa sofrer perda total (e ainda, dentro deste percentual, diversificar em no mínimo dez startups).
E para ter um certo foco no tipo de empresa, recomendo também montar a sua própria tese de investimento.