Coronavírus: o que fazer

Cenário geral

Este post está sendo escrito em abril/2020, em plena crise mundial causada pela pandemia do coronavírus.

Muitas cidades no mundo inteiro estão em regime de isolamento social, com graves impactos econômicos.

Tenho assistido palestras online e ouvi frases (não me recordo os palestrantes), mas creio que refletem de maneira precisa o contexto atual:

“A única certeza que temos hoje é a incerteza para os próximos dias.”

“Esta quarentena é um período que separa o mundo que tínhamos do mundo que está por vir.”

Situação pessoal

Felizmente, não perdi o emprego e meu trabalho pode ser executado em home office. Nunca havia trabalhado assim, mas é uma excelente oportunidade de experimentar.

Tive uma redução de renda passiva, pois meu inquilino pediu desconto. Prontamente concedido, pois é um excelente inquilino e não posso perdê-lo.

Não contraí a doença ainda, estou bem de saúde, mas tive de parar os esportes fora de casa.

Uma “robozinha” do SUS (136) me ligou e se mostrou extremamente feliz de eu estar bem de saúde.

A carteira de investimentos estava bem posicionada e teve uma perda moderada de -6% em março/2020, pois havia uma alocação maior em ativos que não tiveram queda (poupança e moeda forte).

Em relação à movimentação dos ativos nesta crise, não há nada a ser feito.

Nenhuma empresa ficou ruim do dia para a noite, a quantidade de ações está dentro da política de alocação, então não há nada o que fazer.

E pela primeira vez, uma turma que eu tenho, em minha cidade natal, longe de onde vivo, fez um happy hour virtual.

Sempre os via somente quando viajava. E conseguimos conectar três cidades diferentes. Uma nova experiência, que combinamos repetir, mesmo quando isto passar.

O que fazer: o melhor possível hoje

Acredito que o isolamento, que se iniciou em março/2020 em minha cidade, ainda possa durar alguns meses.

Um cenário como este traz inúmeras reflexões sobre a vida que tínhamos antes e nos foi tirada, e o que nos espera. E uma ótima oportunidade para descartarmos o que estava nos prejudicando.

Dentro deste cenário, estabeleci um plano de ação.

São algumas ações e atitudes, tem servido para mim já há um mês, sinta-se à vontade para seguir alguma delas, se forem úteis para você também.

1. Criei um plano particular de doações para instituições que eu conheço e/ou me foram indicadas por pessoas em quem confio. Sou de opinião que todos precisamos fazer o possível para ajudar quem está precisando. A retribuição vem em forma de alegria na alma.

2. Administrar o tempo. Estabelecer um horário para o trabalho e um horário para as outras atividades pessoais, tentando manter uma rotina. E aproveitar que houve um ganho de tempo, antes perdido em deslocamentos ou utilizado em atividades fora de casa.

3. Procurar, em todas as interações com outras pessoas, ter uma paciência ainda maior. Nunca sabemos a situação da outra pessoa e como ele está lidando com esta crise.

4. Trabalhar o melhor possível, com disciplina e dedicação, sabendo que, como o home office é uma experiência nova e emergencial (não planejada), possa haver problemas que afetem o desempenho. O computador utilizado é o pessoal, não ajustado como o da empresa, a Internet pode cair, os programas utilizados podem não ter o mesmo comportamento, etc. Ainda assim, buscar o melhor resultado possível.

5. Cuidar da saúde, mantendo uma dieta saudável. Preparando nossa comida, temos um controle maior do que quando comemos fora. Estou aproveitando para aprender novos pratos. Manter também as atividades físicas, dentro do possível. Existem na Internet inúmeras dicas de como nos mantermos em forma com atividades simples, que podem ser feitas em casa mesmo.

6. Criar um plano de estudo, contemplando melhoria pessoal e profissional, utilizando todos os recursos disponíveis: cursos, vídeos, livros, aplicativos, etc.

7. Preparar-se para uma redução de renda, que pode vir de diversas formas: licença não remunerada, diminuição de horas trabalhadas, desemprego, etc. É importante acompanhar as diversas oportunidades de trabalho remoto que existem na Internet, elas podem ser um complemento de renda, ou até mesmo um novo emprego.

8. Acompanhar notícias somente de fontes confiáveis, descartando fake news, que normalmente vem pelas redes sociais. Como ação contra a péssima qualidade de algumas notícias recebidas em grupos de WhatsApp, saí de muitos deles. Algumas pessoas ficam estressadas ao acompanhar notícias ruins. Se este for seu perfil, simplesmente não acompanhe.

9. Movimentar as alocações da carteira de investimentos o mínimo necessário, privilegiando Liquidez e Segurança, preservação do principal e preparação para o pior cenário possível, torcendo para que não se realize.

10. Cuidar da vida social. Dentro do possível, ainda que em plataformas virtuais, manter contato com seus entes queridos, familiares ou amigos.

Expectativas

Não gostaria de dizer previsões, pois creio que ninguém as tem hoje. Chamaria de expectativas, baseadas em reportagens, análises de pessoas com muito mais conhecimento que eu, conversas com amigos que moram diferentes países e estão em diferentes realidades. Muitos hábitos de consumo também vão mudar (já mudaram, na verdade, e alguns devem se manter).

2020 praticamente perdido para o Corona.

2021 ainda será impactado antes da vacina prevista.

2022 não terá mais corona, devido à vacina.

Já a crise econômica, acho que durará até 2022. Alguns setores terão recuperação mais rápida em “U” (o primeiro “U”). Neste primeiro caso imagino toda e qualquer demanda que ficou reprimida e que seja mais urgente e/ou essencial.

Outros setores demorarão até 2 anos (shows, eventos, viagens), pois em 2021, sem vacina, as pessoas ainda teriam receio de se expor em grandes aglomerações e as famílias ainda estariam se recuperando, não tendo reservas para atividades não essenciais. Então alguns setores seriam o segundo “U”, mais demorado.

Durante a crise, ações e imóveis cairiam de preço. Em 2021, acho que as ações se recuperam, mas os imoveis demorariam mais, pois o preço maior seria uma dificuldade para quem está saindo de uma crise econômica.

Os governos no mundo inteiro estão imprimindo dinheiro (como em 2008). Grandes investidores ajudados por estes governos tenderiam a gastar com imoveis.

Se for como nos anos após a crise de 2008, os especialistas dizem que este movimento foi uma das causas da gentrificação em cidades da Califórnia e da Europa.

Neste período de crise econômica (2020 a 2022), pode haver uma revolução social em alguma parte do mundo.

Sobre a curva em “V” (recuperação rápida), até acredito, mas para a China, que para mim, surgiu como grande vencedora nesta guerra, e as startups, que tem agilidade maior para captar as necessidades do mercado e se adaptar. Alibaba, Uber e AirBnb surgiram na crise de 2008.

Conclusão

Para terminar este post, gostaria de acrescentar minha mais sincera admiração e agradecimentos a quem está na linha de frente nos serviços essenciais. Obrigado por tudo!

2 comentários em “Coronavírus: o que fazer”

  1. Texto muito bem redigido!

    Concordo contigo que o caminho é esse mesmo, greenBerkie.

    Em relação aos cenários que você prevê, acho bem factíveis, mas confesso que não consigo nem arriscar uma previsão nesse momento diante de tantas incertezas, mais do que em qualquer outro momento que consigo lembrar…

    Em relação a minha estratégia de aportes eu repensei algumas coisas, que deverá ser a motivação do meu próximo post.

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